quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PROF. DR. ANTÔNIO FERREIRA DE ALMEIDA JÚNIOR


AQUI UMA TESE INTERESSANTE SOBRE O PROF. ALMEIDA JUNIOR. LEMBRANDO Q SUA IRMÃ, IRACY DE ALMEIDA NOGUEIRA FOI CASADA COM O DR. FELÍCIO FERNANDES NOGUEIRA.

GANDINI, Raquel Pereira Chainho. TRAJETÓRIA DO PROFESSOR EMÉRITO ANTONIO FERREIRA DE ALMEIDA JÚNIOR: DO PATRIMONIALISMO À ESCOLA PÚBLICA (1892-1945)

FONTE:
http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema4/0421.pdf
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/66616/69226

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CAPÍTULO II
ALMEIDA JÚNIOR: INFÂNCIA, PARENTES,
AMIGOS E LIVROS

Sua história individual mistura-se, toda ela, como se viu, à história da educação nacional nestes últimos quarenta anos, a essa história coletiva que evoca a comunidade paulista desde São Paulo antigo, das famílias patriarcais que floresceram nas fazendas de café, até o São Paulo de hoje, com suas grandes concentrações urbanas e industriais. (AZEVEDO, 1973, p. 150)

(...)

Levando-se em conta esses objetivos, procuramos textos de outros autores, que com ele conviveram. Visitamos a pequena Joanópolis, onde Almeida Júnior nasceu. Nesta cidade conhecemos Valter Cassalho, historiador, que contribuiu muito para o presente estudo, fornecendo-nos textos, fotos, e possibilitando o contato com familiares de Almeida Júnior.

As informações, e mesmo os juízos de valor, que pudemos levantar, nos proporcionam elementos para imaginar a importância que teve para Almeida Jr. a sua infância, rodeado por pessoas, homens e mulheres, cultivadas intelectualmente, dotadas de muita capacidade de iniciativa, atuação, poder político e recursos financeiros, em
cujos horizontes a instrução era considerada um valor e um objetivo muito importantes.

Nesse quadro sobressai o nível intelectual e cultural de seus avós, pais, tias e tios, e do ambiente no qual foi criado. Além disso, em um meio social e cultural, onde as mulheres eram excluídas da escola primária, sua tia foi pioneira – profissional formada, falando francês aos 16 anos; lutou pela extensão da escolarização sistemática para as mulheres e pela efetiva instrução das crianças. Pode-se supor, talvez, que aquela foi uma das importantes influências para Almeida Júnior no que diz respeito à sua defesa da escola primária e que marcaria também sua posição contrária ao clientelismo e ao mandonismo local, pelo exemplo de uma mulher que enfrentou o machismo, o patriarcalismo e o paternalismo.

Almeida Júnior nasceu em Joanópolis em 8 de junho de 1892, filho de Antonio Ferreira de Almeida (a quem ele chamava de “Tonico”)11 e de Otília Caparica de Almeida. Casou-se em 24 de fevereiro de 1922, com D. Maria Evangelina de Almeida Cardoso, filha de Francisco Almeida Cardoso e de Rita Evangelina de Almeida Cardoso. Desse casamento teve um filho, Roberto Luiz Ferreira de Almeida, que foi promotor público em São Paulo. Entre os seus familiares era conhecido como “Toto” e no ambiente profissional e junto à família da esposa, como “Almeidinha”. Apesar deste diminutivo, era um homem alto e forte, como se pode perceber pelas fotos que anexamos ao final deste trabalho.

Segundo o depoimento de suas sobrinhas, ele seria principalmente uma pessoa irônica e afável, apesar de retraído; era calmo e austero, dotado de senso de humor, vivacidade e sensibilidade. Estes traços de sua personalidade foram também destacados por seu colega, professor doutor João Baptista de Oliveira Costa Júnior, em discurso proferido por ocasião de sua morte no salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo:

(...) e como cidadão, representava o homem na sua mais pura
concepção: o homem bom, íntegro, trabalhador, discreto, integrado no
espírito de solidariedade social; o que, todavia, não o impedia de
manifestar-se, muitas vezes, com fina ironia, não insolente nem agressiva,
mas apenas de advertência a qualquer ato que o desagradasse. (COSTA
JÚNIOR, 1971, p. 14, grifos meus).

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