segunda-feira, 11 de outubro de 2010

J.J.B. Nogueira seria judeu sefardita.


Meu tataravô Arnaldo José Nogueira (1871-1947) e meu tio-tataravô, Domingos José Nogueira (1852-1950), filhos de João José Baptista Nogueira. Foto: 1890.


Arnaldo José Nogueira (1871-1947). Foto: Década de 1920.

Como já mencionei em postagens anteriores, a descoberta da origem de minha família, provavelmente judáica, foi um marco importante para mim, que norteará a minha visão de mundo. A partir das informações do jazigo, em Joanópolis SP, de meu quinto-avô, João José Baptista Nogueira (1825 - 1909), que nasceu em Porto - Pt, e das informações no livro da Dra. Terry G. Harris, "Ecos Distantes: primórdios e evolução histórica de Joanópolis" pode-se nos conduzir a seguinte interpretação, embora passível de reelaboração por falta de fontes primárias:

Em Portugal ela [Inquisição] se estende propriamente dito de 1536 a 1821(1).

Ou seja, a Igreja atuou oficialmente até esta data, embora não excluemos que no dia-a-dia em Portugal a sombra do terror pode ter pendurado por muito mais tempo. Assim, J.J.B.Nogueira, quando criança, poderia ter sido batizado na doutrina cristã.
Na Crônica de D. Manuel, apresenta uma visão geral do que acontecia neste período, que durou por mais de três séculos, segundo Damião de Góis (1502-1574):

Várias atrocidades foram cometidas contra esses judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças eram deportadas órfãs para as ilhas da colônia portuguesa.

(op. cit., Cron. de D. Manoel, 1ª parte, cap. 10º)

Supõe-se que J.J.B. Nogueira, que chegou ao Brasil com dez anos de idade (1835), e se estabeleceu na região da freguesia de Conceição do Jaguary (atual Bragança Paulista), onde já moravam vários Nogueira, inclusive seus irmãos (2), na Vila de Santo Antônio da Cachoeira (atual Piracaia). Foi em São João do Curralinho (atual Joanópolis) que ajudou a criar a economia do café, civilizou, se identificou com a política dos liberais, defensor do abolicionismo e abrigou milhares de imigrantes europeus e japoneses.

Assim, J.J.B. Nogueira, uma criança que saiu de Portugal, provavelmente com os pais, segundo a Dra. Terry G. Harris, ou separada dos mesmos, conforme o relato histórico de Damião de Góis, veio ao Brasil Império e ajudou a trazer mais liberdade aos moradores da região de Bragança Paulista e adjacências, que até hoje, passados 150 anos desde sua vida adulta na Terra, influi na moradia e sobrevivência dos seus descendentes e população. É uma questão de estudos mais específicos sobre a sua influência ou não na primeira ou segunda aliyah , as imigrações judáicas para o futuro Estado de Israel.

Portanto, enquanto o sistema político e econômico do Brasil subjugava as pessoas nos seus mais elementares instinto de sobrevivência, ou numa interpretação espiritual, o "cão" matinha as pessoas "amarradas" no sofrimento, J.J.B. Nogueira e um punhado de pessoas traziam a luz da liberdade e da civilização. Por isso eu digo, a luta é eterna, até que D-us reine na Terra. Amém.

Referências:
1.GUIMARÃES, Marcelo M. ABRADJIN – Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição. Espanha a Maior Colônia Judaica.. Pesquisado em 11 de outubro de 2010. Disponível em http://www.anussim.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16&Itemid=27.
2. ALMEIDA, Antonio Ferreira de. Almanach da Fundação da Villa de S. João do Curralinho, 1902.

Bibliografia:
HARRIS, Terry Gonçalves. Ecos Distantes: primórdios e evolução histórica de Joanópolis. São Paulo: Ed. EDICON, 1996.

4 comentários:

  1. Caro Èmer nogueira, também sou um sefaradita, descendente da familia Meirelles ( Sashim),linhagem sacerdotal da tribo de Levi e gostaria de encontrar com aqueles que desejam buscar suas origens. Sou de Bragança Paulista. Email- cezarsamaritano@ig.com.br

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  2. Eu sou também descendentes da família Meirelles (Sashim) de miradouro mg moro no Rio de Janeiro estou fazendo minha árvore genealógica

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